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Glioblastoma

Foto do escritor: Dra. Ligia CoronattoDra. Ligia Coronatto

Atualizado: 9 de out. de 2023

O que é glioblastoma?

O Glioblastoma também conhecido como “glioblastoma multiforme” ou “GBM” é o tumor primário de sistema nervoso central maligno de alto grau mais frequente em adultos. Acomete principalmente homens de idade avançada, variando de 55 a 65 anos.



O Glioblastoma é um tipo de tumor cerebral, que pertence ao subgrupo dos gliomas. Gliomas são tumores cerebrais que se originam das chamadas células da glia, que são células presentes no tecido normal do sistema nervoso central e servem para dar suporte aos neurônios, auxiliando sua estruturação e nutrição. Os gliomas atualmente são classificados em quatro graus conforme sua agressividade, sendo o glioblastoma considerado um tumor grau 4, que significa uma maior agressividade e um pior prognóstico. Além disso, os glioblastomas podem ser chamados de astrocitomas grau IV IDH selvagem, pois se originam de células chamadas astrócitos.



Classificação de 2021 da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tumores gliais:

Grau 1: Astrocitoma pilocítico e astrocitoma subependimário de células gigantes (Baixo grau)

Grau 2: Astrocitoma e oligodendroglioma (Baixo grau)

Grau 3: Astrocitoma e oligodendroglioma anaplásicos (Alto grau)

Grau 4: Astrocitoma anaplásico IDH mutado e Glioblastoma IDH selvagem (Alto grau)


Quais são os fatores de risco para o glioblastoma?

O principal fator de risco é a exposição a radiação ionizante que pode acontecer na realização de exames como radiografias dentárias, tomografias de cabeça e pescoço e em radioterapias no tratamento de tumores de cabeça e pescoço. Alguns estudos indicam que a radiação eletromagnética dos celulares também pode influenciar, mas ainda não sabemos ao certo a sua real influência para o aparecimento dos glioblastomas. O histórico familiar é importante nos casos de parentes de 1º ou 2º grau que tiveram câncer cerebral muito cedo, pois normalmente está associado com alterações genéticas que podem predispor a esse tipo de tumor.


Quais são os sintomas glioblastoma?

Glioblastoma é um tumor com crescimento rápido que pode comprimir o cérebro e

gerar os seus sintomas, sendo alguns deles:

- Dor de cabeça

- Vômitos

- Convulsões

- Turvação visual

- Visão dupla

- Perda de memória

- Fraqueza

- Déficit cognitivo

- Mudanças de personalidade ou humor

- Perda de força

- Alteração de sensibilidade, como formigamentos ou anestesias


Como diagnosticar um glioblastoma?

A suspeição é feita pela história clínica, exame neurológico e por exames de imagem, como tomografia computadorizada e ressonância magnética com contraste. O diagnóstico de certeza apenas é possível após a realização da biópsia ou ressecção da lesão com análise anatomopatológica e imunohistoquímica.


É recomendado o painel genômico do tumor para todos os casos, possibilitando a

caracterização molecular do tumor e uma melhor estratégia para o tratamento.


Qual o tratamento do glioblastoma?

O tratamento para o glioblastoma é individualizado, mas a primeira linha de tratamento é embasado no protocolo STUPP que prioriza a ressecção cirúrgica para retirada da maior parte possível do tumor, tentando não deixar sequelas, seguido de radioterapia associada a quimioterapia oral com Temozolomida por 06 semanas e por fim a realização de quimioterapia oral também com Temozolomida por 05 dias seguidos a cada 28 dias por no mínimo 06 ciclos. Lembrando que os painéis genômicos podem nos auxiliar na segunda linha terapêutica caso ocorra a progressão do tumor que está ou que realizou o protocolo STUPP inicialmente.

Posso morrer por um glioblastoma?

O glioblastoma é extremamente letal devido ao seu rápido crescimento, podendo pressionar o cérebro a ponto de levar o paciente a óbito.


Posso viver bem?

Em geral, glioblastomas costumam sofrer recidivas, e nesses casos é possível realizar uma nova ressecção cirúrgica, quimioterapia e/ou radioterapia a depender de cada caso. No período de estabilidade do tumor, o paciente vive uma vida normal, podendo ter sequelas a depender da área afetada pelo tumor ou da compressão dele nas áreas sadias. Portanto, o diagnóstico precoce ajuda a aumentar a sobrevida do paciente e aumenta a sua qualidade de vida.


Qual o prognóstico e tempo de sobrevida do glioblastoma?

Para pacientes que não são submetidos a nenhum tipo de tratamento a média de sobrevida é de 3 meses. Em pacientes com o tratamento pleno (cirurgia com ressecção tumoral maior ou igual a 98%, radioterapia e quimioterapia) a média de sobrevida é entre 1 e 2 anos. Infelizmente ainda não há cura para este tipo de tumor.

Alguns fatores influenciam positivamente no prognóstico dos glioblastomas, sendo os principais:

1. Idade de diagnóstico menor de 50 anos

2. KPS elevado (Karnofsky performance scale – escala que é capaz de medir nível de dependência do paciente para determinadas atividades; KPS>70 significa que o paciente é independente para maioria das atividades de vida diária);

3. Grau de ressecção tumoral igual ou maior que 98%;

4. Alterações genéticas: promotor do gene MGMT metilado e mutação no gene IDH

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